206, Corsa, Palio e Gol: o comparativo dos compactos 1.6 de 20 anos atrás
Há duas novidades além do Palio, lançado em 1996, e do Corsa, apresentado em 1994. O Gol reestilizado chegou em junho. Pouco antes, o Peugeot 206 desembarcou por aqui.
Importado da França, será fabricado no Brasil a partir de 2001. O Fiesta 1.6 chega apenas no final do ano. Para saber qual deles atende melhor às suas necessidades, QUATRO RODAS pôs os quatro frente a frente.
Eles foram comparados em doze quesitos, divididos em quatro grupos. O primeiro grupo é a relação custo/beneficio, em que entram os quesitos preço, manutenção, seguro, consumo urbano e rodoviário.
Os outros grupos são desempenho (com os quesitos aceleração, retomada e velocidade máxima), segurança (frenagem e aderência lateral) e conforto (porta-malas e nível de ruído).
Ao final, há uma tabela personalizada para ajuda-lo na escolha. Nela, você atribui pesos a cada um desses doze quesitos e chega ao modelo que mais se aproxima de suas expectativas
O peso de cada um no seu bolso
Todos têm direção hidráulica e trazem equipamentos de série semelhantes. Para levar o Gol para casa, você terá de assinar o maior cheque: R$ 20.368. São R$ 1.601 de diferença para a alternativa mais barata, o Palio.
O seguro do Gol também pesa no bolso. Muito visado pelos ladrões, as seguradoras cobram 8,5% de seu preço para protegê-lo. Em contrapartida, tem o menor custo de manutenção. E, empatado com o Palio, econômico para rodar na cidade.
Na estrada, o Peugeot leva vantagem: é o que consome menos:
Corsa: 13 km/l
Palio: 12,5 km/l
206: 15 km/l
Gol: 11,53 km/l
Desempenho? Fique com o Palio
Os quatro estão muito próximos quando se trata de potência do motor. Com exceção do Peugeot, que tem 90 cavalos, os outros três estão na mesma linha, com 92 cavalos.
Todos são espertos e ágeis. Mas o Palio foi o que apresentou melhor performance durante os testes de QUATRO RODAS.
Na prova de aceleração de 0 a 100 km/h, ele é superior aos demais, graças ao câmbio. Você precisa mudar de marchas mais vezes, mas ganha em desempenho também (isso porque o Palio, no linguajar dos engenheiros, tem urna “relação de marchas mais curta”). O Peugeot 206 ficou próximo ao Palio.
O grande fiasco foi o Gol, que obteve números bem abaixo dos outros. Parte da culpa é da largura de seus pneus (19,5 cm), exagerada para a força do motor. Mas o maior responsável é mesmo o câmbio, com marchas longas demais.
Na retomada, o Palio conseguiu a melhor classificação. Mérito, novamente, da sua relação de marchas. Ele ficou 4,5s (com o ar-condicionado desligado) e 3,4s (com o ar ligado) à frente do segundo colocado: o Peugeot 206. Na sequência, vieram Corsa e Gol.
Para ultrapassagens, portanto, o Fiat é o mais esperto. O Gol, o mais lento. O Palio só foi desbancado na velocidade máxima. Pelo Peugeot 206.
Mesmo com 2 cavalos a menos, o importado atingiu 174,6 km/h. Sua excedente aerodinâmica e seu projeto atual contribuíram para que ele alcançasse uma marca tão boa. Lançado no ano passado na França, o 206 possui o projeto mais moderno entre todos os 16 reunidos neste teste.
Durante todas as provas de desempenho, Palio e 206 permaneceram praticamente encostados um no outro.
Sem airbags nem ABS de série
O Peugeot 206 conta com um projeto de carroceria moderno. O que lhe garantiu o primeiro posto na classificação em frenagem: o bom dimensionamento do seu peso em relação ao seu formato ajuda na hora de brecar.
A 80 km/h, ele para numa distância 1,4 metro menor que a exigida pelo Corsa, o segundo colocado. O Palio foi o pior. Ficou 3,6 metros à frente do Peugeot.
Nenhum dos carros traz airbag nem freios com ABS de série.
Nos quatro, você pode comprar o airbag como opcional. O ABS existe como opcional no Palio, no Corsa e no Gol. Nos Peugeot, ele não existe.
O 206 foi o mais estável graças ao seu eixo traseiro autodirecional, que se move no sentido da curva, aumentando a estabilidade. Nas curvas fechadas, ele escorrega com as quatro rodas ao mesmo tempo, o que ajuda você corrigir a trajetória.
Os outros têm uma ligeira tendência a sair com a parte da frente. Se você passar do limite em uma curva, os pneus dianteiros vão escorregar. É preciso tirar o pé do acelerador para retomar o controle.
O Gol ficou com o segundo posto nessa avaliação. Agora, os pneus largos (que atrapalham no desempenho) ajudam nas curvas.
Por dentro, simplicidade e eficiência
Peugeot 206 e Gol têm painéis modernos e bonitos, como você pode ver nas fotos ao alto. É fácil enxergar e alcançar todos os instrumentos e comandos.
No modelo importado da França, as linhas do painel seguem as linhas externas do carro. Os outros dois carros têm interior simples, mas eficiente. O rádio de ambos vem com frente removível, dificultando o roubo. O Palio é o único que não tem conta-giros.
O Gol guarda o silêncio, e muita bagagem
No transito urbano, eles são fáceis de guiar e cabem em qual quer vaga A visibilidade é boa. Nenhum tem pontos cegos que atrapalhem na hora de fazer o interior mais silencioso. Sua suspensão eficiente evita que a trepidação passe para dentro do carro.
Na outra ponta dessa prova está a Palio, como o mais barulhento. Isso se deve em boa parte ao seu painel. As peças plásticas são fonte de barulho.
Outro item em que o Gol leva vantagem é o tamanho do porta malas, que tem quase o dobro de capacidade que o do Peugeot 206. No modelo francês, o lugar para bagagens foi sacrificado para aumentar o espaço interno e o conforto dos passageiros. O Corsa é o segundo em capacidade de porta-malas.
Ao final de toda a disputa, você percebe que os quatro são bem equilibrados. Em defeitos e qualidades. O Volkswagen Gol tem a manutenção mais barata, o Fiat Palio é o mais forte em desempenho, o Peugeot 206 é o mais seguro, e o GM Corsa é o que mais aparece na segunda colocação.
